Em geral está associado à prática dos pais de postarem informações sobre os seus filhos através de redes sociais como Facebook e Instagram, de maneira abundante e detalhada documentando tudo o que acontece com eles
Quem divulga a família, por meio de mídias sociais como Youtube, blogs e Instagram, ao mesmo tempo em que realiza divulgação de marcas e serviços, pratica o chamado “sharenting” comercial
Mas a forma mais comum ocorre quando os pais ou responsáveis publicam a imagem e informações sobre seus filhos, muitas vezes sem o consentimento deles, e sem pensar nas consequências desta exposição, imediatas e a longo prazo.
Podemos ainda identificar pelo menos 3 atitudes comuns nesta relação dos pais com as redes sociais quando se trata da exposição dos filhos:
- Os protetores, que se importam com a privacidade, tomam cuidado ao publicizar a vida dos filhos.
- Os orgulhosos que fazem questão de compartilhar todas as coisas maravilhosas que os seus filhos fazem e como são.
- Os Irritáveis, que odeiam que os outros façam publicações sobre os seus filhos nas redes.
O fato é que compartilhamento exagerado — e, sobretudo, impensado — praticado pelos pais são um mau exemplo para as crianças e ameaça seu bem-estar.
Outro problema é que muitas vezes existe uma desconexão entre o que pais e filhos consideram aceitável de se publicar.
É preciso lembrar, por exemplo, que imagens, aparentemente inofensivas para os pais, podem inclusive ser utilizadas por pedófilos, ou simplesmente serem utilizadas pelo perfil de outra pessoa, no chamado sequestro digital.
Também há relatos de cyberbullying praticado com a utilização das fotos de criança publicadas pelos próprios pais da vítima.
Mas o ato de compartilhar também pode ser benéfico para nossa conexão comunitária, troca de experiências e convivência social, sendo importante, no entanto, encontrar um ponto de equilíbrio na prática do “sharenting”.
Apesar de ser um problema muito novo, podemos elencar algumas precauções que podem adotadas pelos pais quando forem compartilhar imagens de seus filhos nas redes, tais como:
- Não fazer imagens de partes íntimas do corpo das crianças
- Configurar as redes sociais de modo que o conteúdo não seja totalmente público.
- Optar por canais mais privados e seguros para enviar fotos para amigos e familiares.
- Não postar fotos em que seja possível identificar o nome, a rotina ou o endereço da criança
- Não usar ferramentas de geolocalização nas fotos de crianças.
Além disso, é importante permitir que as crianças e adolescentes participem da decisão sobre o que pode ou não ser publicado, respeitando sua privacidade e intimidade.
Isto porque, eventual superexposição pode condicionar a identidade e o autoconceito dos seus filhos ou até gerar frustrações em jovens adolescentes.
Através de fotos e postagens, mostramos como nos sentimos, as atividades que realizamos todos os dias, ou apenas algo que queremos compartilhar com os nossos amigos na rede, mas devemos ser cautelosos, para não colocar em risco aqueles que mais amamos.
De certa forma, é oportuno olharmos para nós mesmos, como nos comportamos online e o que compartilhamos, refletindo de forma mais aprofundada, buscando uma maior conscientização da sociedade e das famílias sobre os limites que devemos respeitar no uso de nossas redes sociais.